Viagens na minha Terra ( 22 de Junho de 2013)
" Longe do bulício do mundo, num isolamento profundo e silencioso, a aldeia parece adormecida no aconchego de um vale da formosa serra da Mourela, entre os penhascosos relevos do Gerês e do Barroso. Modesta e recatada, não há decerto povoação mais castiça, onde tudo é expressão de uma vida simples. Na intimidade do seu viver, duma fraterna comunidade, não ganhou raízes por estes sítios a erva ruim da Inveja, ou a raça daninha do Egoismo. Todos os seus vizinhos convivem em suave harmonia, como se constituíssem uma única família. ( ... ) Terra de humildes agricultorers e de robustos pegureiros, repartem seu labor entre os prados e a serra. ( ... ) A pouca distância da povoação, num impressivo recanto, subsistem as ruínas de um modesto Convento Beneditino, cuja fundação parece datar do séc. XII. " Esta a « Impressão » que, estava-se nos inicios dos anos sessenta do século passado, a aldeia de Pitões das Júnias, e as suas gentes, deixaram em Marques da Cunha. Não era a primeira vez que visitava a aldeia, ou o mosteiro, e nessa descrição do jornalista pude ver que por lá o demónio do " progresso " - como actualmente é por quase todos entendido - se tem mantido afastado: de uma das vezes, era fim de Abril e a serra estava coberta de grossa camada de neve, foi ocasião de conviver de perto com a população, quando, numa fuga ao frio, entrei numa casa onde me tinham dito podia comer queijo e presunto. Foi à roda de uma fogueira que eu e os meus amigos travámos deliciosa e aconchegante convera com os « vizinhos » de que fala aquele companheiro de andanças de Sant'Anna Dionísio.