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O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

Viagens na minha Terra. ( 13 de Abril de 2013 )

Cristina Ribeiro, 03.03.15

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Era mais uma incursão pelo deslumbrante concelho de Montalegre, onde, ao virar de cada curva - literalmente! - salta mais uma surpresa, que nos faz suspirar de admiração. Estávamos em Abril, e o frio a recomendar mais um agasalho; durante toda a semana chovera, e o resultado da " rega de Deus " via-se bem nos campos, onde a erva crescia a olhos vistos; o gado estava satisfeito, saltava à vista. O sol começava a dar sinais de querer esconder-se: era chegada a hora de encetarmos o caminho de regresso, depois de um dia muito cheio. Para trás ficara já Paradela do Rio, e com ela o rio Cávado. À esquerda um desvio e uma placa: Sirvozelo. Um caminho pedregoso e logo em frente uma capela, uma linda capela, como é de uso naquelas bandas - S. Mamede o seu patrono. Encravada na rocha, é uma aldeia feita de granito e silêncio. Seres vivos, por ali, só os animais: ovelhas a pastar, o burro preso ao poste ou o pónei junto da mãe égua. Já de saída um muito característico espigueiro - canastro, como é mais conhecido na região - bem à sombra de um grande conjunto de penedos sobrepostos, de onde um cão olha com curiosidade, senão suspeita, os forasteiros solitários.