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O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

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Viagens na minha Terra

Cristina Ribeiro, 06.05.14

 
" O primeiro documento que alude a uma fortificação data de 960, ano em que Numão aparece integrada na lista de fortalezas doadas por D. Flâmula ao Mosteiro de Guimarães. Por essa altura, é já claro que o topo do monte albergava uma estrutura militar, ainda que se desconheça, por completo, quais as suas características.
No século XII, a vila integrou o primeiro momento de organização portuguesa, passando pouco depois (1130) para a posse de Fernão Mendes de Bragança, principal nobre vinculado à autoridade de D. Afonso Henriques no nordeste do reino. Nos reinados seguintes, multiplicam-se os novos forais e as sugestões de obras no conjunto. O principal diploma data de 1291 e foi passado por D. Dinis, atribuindo-se às décadas imediatamente seguintes a redefinição do sistema militar. ( ... ) Durante o século XIV, Numão desfrutou de alguma importância, certamente motivada pela posição estratégica face ao rio Douro e à recentemente consolidada fronteira com Leão. No entanto, logo no início do século XV, existem indícios de dificuldades de povoamento, a ponto de D. Duarte ter determinado a instituição de um couto de homiziados. Em 1527, a vila muralhada possuía apenas 15 moradores e, pouco depois, há a referência à habitação permanente do alcaide em Freixo de Numão e não no castelo. Os séculos da Idade Moderna assinalam a progressiva decadência da fortaleza medieval, processo parcialmente invertido pela acção da DGEMN na década de 40 do século XX, que logrou estancar a ruína do conjunto. "
 
 
 
 
O Verão estava no fim e mais uma vez estávamos na sub-região do Douro. Nas cores dos vinhedos o Outono já se fazia sentir, mas o calor era o mesmo de Agosto.
Terras de Foz Côa. Da quinta do Vesúvio, bem lá no cimo do monte fronteiro, uma torre, umas ruínas; " - É o castelo de Numão ", disseram quando perguntámos. E fomos. 
Logo à entrada da aldeia, o busto do nobre Fernão Mendes, a quem todas as terras em redor haviam sido confiadas pelo primeiro Rei de Portugal, e que tem na mão a carta de foral que vai conceder a esta vila.
Um cenário grandioso, não obstante o aspecto arruinado. Velhas amendoeiras ladeavam os velhos caminhos que conduziam ao castelo, que, adivinhava-se, terá sido imponente nos seus tempos áureos. Dentro das muralhas, uma igreja românica, a que foram acrescentados alguns arcos em estilo gótico: é a Igreja de Santa Maria. Ali perto, várias colunas que terão, talvez, pertencido a romano forum.
O silêncio, a sensação de paz são indescritíveis, num lugar que parou no tempo, para dar maior protagonismo à vizinha Freixo de Numão
Mais uma boa surpresa nestas deambulações por pátrias terras.
 

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