Celebravam-se os 400 anos de Rembrandt.
Terminava naquele dia a exposição, organizada pelo museu Van Gogh, de Amesterdão, « Rembrandt / Caravaggio », em que se realçava a convergência da técnica pictórica entre os dois grandes pintores do Barroco , que nunca se tinham encontrado: nem no tempo, nem sequer no espaço, holandês o primeiro, italiano o segundo. E não queríamos perder a mostra, que se previa, talvez, acontecimento único.
Mas a Margarida, a sobrinha, estava cansada. Acabáramos de chegar de Delft, aonde foramos logo de manhã, e aí andáramos durante todo o dia, debaixo de um sol escaldante. Queria descansar.
Propusemos-lhe então ir eu e a mãe, à vez, visitar a exposição, enquanto a outra ficava com ela sentada no grande relvado. Que estava bem.
Eu seria a primeira a ir para a enorme fila do museu, tão grande que o museu achara por bem alargar o horário.
Não tinham passado ainda dois minutos, quando vi a Margarida, com a mãe, juntar-se-me na espera.
Que pensara melhor, e, depois de nos ter ouvido acentuar a importância da exposição, tivera medo de depois arrepender-se se não fosse.