Que Saudades!...
Como escreveu Tomaz de Figueiredo, se os mortos soubessem as saudades que temos cá...
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...
Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...
Como escreveu Tomaz de Figueiredo, se os mortos soubessem as saudades que temos cá...
Mais para ler
Aqui, à sombra da boa catalpa, embrenhada na boa leitura, e com as boas recordações dos entes Queridos , o tempo flui docemente...
Mais para ler
Sim, Mãe, oiço-a todos os dias, quando chama pela sua mãe, pelo seu pai... E a ternura que me invade é tão grande, e a dor que sinto é imensa. Dizem que o coração não dói, mas nunca ele me doeu tanto...
Mais para ler
" O pelourinho de Montalegre levantava- se na praça que ainda hoje tem o seu nome: o Largo do Pelourinho, situado no centro da vila. Pouco depois de 1890 foi transferido para o Largo do Toural... ; segundo Herculano ' o pelourinho é padrão e símbolo da liberdade municipal '... " . Era um autodidacta. Só com a Escola Primária, isso não o impedia de discutir a História de Portugal com quem quer que fosse. Um interesse imenso pela História Local levou-o a encher estantes com monografias de muitas das nossas terras, como esta. E gostava de as ler antes de visitar cada uma delas. Um gostar que herdei e Lhe agradeço todos os dias. O seu sonho era ter os conhecimentos que o habilitassem a fazer a da terra natal -S. Martinho de Sande. A Torre do Tombo, na Capital, tornou-se, então, um lugar de visitas frequentes, e era grande o contentamento quando encontrava, naquela casa que já fora dirigida por um seu conterrâneo, algum documento sobre a sua " pátria pequena".
Mais para ler
Mais para ler
aparentando entre 25 e 26 anos.
Por essa altura, disse-mo depois a filha, minha mãe, tinha já três filhos. O marido, carpinteiro e garfeiro, atravessara o Oceano, buscando no outro lado, numa fábrica de tabaco, o sustento de todos, que aqui não encontrava. Cartas atravessavam o Atlântico, mas a mulher achava que podia fazer mais para mitigar as saudades que o seu homem protestava a cada volta do correio.
Um dia vestiu a roupa de Ver-a-Deus, apanhou a camioneta para a cidade e dirigiu-se a um estúdio fotográfico: dali sairia com o retrato com que queria surpreendê-lo.Nele, trazido até nós, muitos anos depois, nenhum dos dois viva já, havia muito tempo, por um neto do dono da fábrica de tabaco, um pormenor que ressalta: sobre o coração a mulher prendera um raminho de amores-perfeitos.Eles falariam por ela quando a carta, que acompanhava a fotografia, chegasse ao seu destino, naquela América que já fora portuguesa. Mais eloquentes do que qualquer palavra que nela escrevesse.
Mais para ler
Quando estava na escola primária, aproveitava para, durante o recreio, matar a sede na casa dessa avó, que morava mesmo ao lado da Escola; sempre que lhe pedia um copo de água, ela dizia: -" não bebas água que faz mal; vai antes ao pipo...", e quando eu lhe respondia que lá em casa já me tinham alertado para os perigos de beber vinho em tão tenra idade, ela dava meia-volta e murmurava: -"modernices! "...
Mais para ler
Se fosse viva, a minha avó materna teria mais do que 120 anos: tinha a idade suficiente para ter passado por todos aqueles tumultos que marcaram os primeiros anos do século XX em Portugal. Tenho tanta pena de, na minha inconsciência da quase adolescente que era nos seus últimos anos, a sair de uma infância a que já chamei dourada, apesar dos pesares, longe ainda de me fixar naquilo que, alguns anos mais tarde, iria evidenciar-se na pessoa em que me estava a tornar - o gosto supremo de remexer no passado -, não ter conversado com ela sobre as muitas histórias que viveu. Tantas, avó, tantas, certamente. Quantas saudades.
Mais para ler