« Antre Março e Abril »
amanha-se a terra, que há-de ser, leio n«Os Mesteres de Guimarães», «mimosa e regadia (...); no lus-ca-fus da minhã, mal se enxerga, já o lavrador amante do trabalho anda na carrega dos estrumes, feito o que, vem o arado» que se atou a um jugo de bois. Só então, se fará a sementeira : «arrojando para a extrema do campo seu chapéu o lavrador faz o sinal da cruz, e o primeiro punhado de linhaça é arrimado à terra».
Atirado o último, «ergue a sua idea ao céu e murmura: -Que Deus te ponha a virtude e me dê a mim saúde!»
Fins de Junho o linho deitou a flor «pequeninha e anzur, é o regalo dos olhos»; quando esta já foi desfeita pelo vento, é «sinal de que está maduro para ser arrincado».
/Começos de Julho: «O sol bebeu o orvalho do linho. São muito hórinhas de o arrincar». E canta-se «Trabalhos do linho querem sol e vinho" porque este é, como é regra nos trabalhos de lavoura, mais um momento em que do árduo se faz festa.
Junho de 2008