" Fez bem seu caloiro. Manuseie o bom Morais com mão diurna e nocturna.
Gaste assim as suas economias, não as malbarate em fofas novelas gafadas de galicismos ".
( Camilo, « Cancioneiro Alegre » )
Também nos livros temos os nossos pilares, a que nos seguramos quando surge a dúvida, a incerteza: determinadas enciclopédias, dicionários...; entre estes o último recurso, o tira-teimas é, para mim, o Dicionário de Morais.
Quando se me pôs a questão de, por razões práticas, ter de " desterrar " alguns deles para outra casa, logo se tornou claro que destes cinco volumes ( é o Compacto ) não poderia nunca separar-me: sem eles, como ler alguns dos livros do homem de Ceide, ou outros de linguagem com a mesma, ou semelhante, vernaculidade?
Quando o busquei, há já uns quinze anos, tive de percorrer Ceca e Meca, e lamentei-me ao livreiro não encontrar os doze volumes que vira na estante paterna, mas quando ele me disse o custo dos cinco que levava, fiz como a raposa que disse imprestáveis as uvas que não estavam ao seu alcance " também não tinha espaço para tantos ".