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O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

" Por todo o lado víamos borboletas

Cristina Ribeiro, 07.04.10

 

e joaninhas a acasalar. A Natureza cumpria o ciclo de renovação ", contam.

De farnel às costas, e ala que se faz tarde, e o Gerês lá estava à espera. Foram bem cedo pela manhã, e voltaram  escurecera havia muito tempo já.

Depois de muito caminharem, chegavam cansados, mas felizes.

Das magnólias do Porto,

Cristina Ribeiro, 14.02.10

 

 

fala o Nuno. Fui logo ver as de cá de casa, fotografá-las para trazer até aqui a Primavera que ainda não vem no calendário. Primeiro floresce a lilás, depois a branca, antecedidas pelas ameixoeiras, também elas brancas. Juntas, estas flores lembram a lenda da princesa, raptada pelo rei mouro, que tinha saudades da neve, e só se alegrou quando pensou vê-la nas flores brancas da amendoeira. Ir agora a Trás-os-Montes...

Mas, e numa variante da canção, por florirem as árvores não começa a Primavera, embora aqui e acolá ela se faça sentir,sem respeito pelos cânones ditados pela folhinha; sábia como é a Natureza, estará, talvez, a conjugar esforços para que as depressões se vão embora antes ainda do fim do Inverno.E o nosso contentamento desabrocha também

Mas faltam as andorinhas.

" Em Janeiro, dá o dia um salto de carneiro "

Cristina Ribeiro, 17.11.09

 

diz-se.

O dia chuvoso faz pensar que o animal encurtou de pernas, razão porque o céu se encheu de azul violáceo, e ainda ontem esse azul era aberto, e àquela hora entrava por entre as árvores, friorentas, uma réstia de sol. O carvalho, nascido entre dois penedos, mantém ainda as cores de Inverno, os ramos sem folhas erguem-se como uma sombra fantasmagórica, mas num fantástico com uma beleza intensa e viva. " Uns meses mais ", cogito, " e as folhas, de um verde muito claro e impreciso, primeiro, mais definido depois, vão começar a cobri-lo. Nessa altura começarei a pensar na sombra que há-de dar a quem dela careça" ; é o renovar da Natureza que antecipo, ainda estamos em Janeiro.

 

Janeiro de 2009

Entardecia já,

Cristina Ribeiro, 17.10.09

 

quando cheguei a casa. Muni-me da máquina fotográfica e fui fazer este postal para o José Manuel Barbosa; porque gostou da minha catalpa. Mas quis que visse que ela já está diferente desde a semana passada, quando fiz a outra fotografia. É uma coisa que gosto de fazer: ir registando as transformações por que passa a Natureza- mudança de cor, crescimento das folhas...; e gosto de a fotografar em diferentes horas do dia, quando o pano de fundo, o céu, se transforma também. Este Outono tem sido excepcionalmente benéfico para o antecipar da regeneração dessa nossa Aliada. Não tardará muito e ela já estará preparada para oferecer a sua sombra, quando dela precisarmos...

 

Outubro de 2008

Outono

Cristina Ribeiro, 16.10.09

 

 

Enquanto nos campos , e debaixo deste céu muito azul, continuam as vindimas,

 

 

e começa a apanha do milho,

 

 

 

 

cá por casa mexem-se as grandes panelas da marmelada e da geleia de marmelo, que hão-de adoçar os chás dos fins-de-semana de Inverno, a melhor das molduras das longas conversas, no aconchego que se há-de fazer.

 

22 de Setembro de 2008