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Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...
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Agora que já tinha duas irmãs grandinhas, nunca mais pensei em jogar ao pião.Tínhamos de improvisar: ver sardinhas nas folhas da laranjeira, café na terra, arroz no areão, e pratos nos cacos de telhas partidas, mas a diversão estava garantida, com uma de nós a fazer de cozinheira, à vez, senão havia zanga pela certa.
Por vezes havia convidadas para o jantar, invariavelmente umas primas vizinhas, e lá vinha a cozinheira dizer que o arroz não chegava.
Por essa altura vendia-se na feira local umas bonecas pequeninas, de plástico, que custavam vinte e cinco tostôes - quando arranjámos dinheiro para comprar uma, passámos a ter uma filha, mas uma filha que era das três. Lembro de irmos à costureira, que nos fazia os vestidos, pedir sobras de tecido para vestirmos a nossa filha: coitada, nenhuma de nós tinha jeito para a costura, e parecia um espantalho...
Brincadeiras que me fazem sorrir quando as recordo. E como gosto de as recordar!
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no tempo em que frequentei a Escola Primária. Noites agitadas, muito provavelmente, porque, impreterivelmente, na manhã desse dia começavam as aulas.
Não retenho o primeiro dia das outras classes, mas tenho muito nítida a minha ida à escola na 1ª Classe: acompanhava-me o segundo irmão ( o mais velho estaria já a preparar, talvez, o regresso às aulas, mas no Liceu ) e lembro de a D. Maria ter dito ao meu irmão, que passara também ele pela Escola de S. Martinho de Sande, e já era, pois, seu conhecido, que eu era mais bonita do que ele: a forma que encontrou para que me sentisse bem.
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