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o primeiro livro que li de Aquilino Ribeiro - «Casa Grande de Romarigães », leitura em que reconheci os passos do tão estimado Camilo, indo ainda mais longe, até criar um estilo próprio.
É sobre o escritor de Sernancelhe, que ao livro antes citado de Luís Forjaz Trigueiros vou buscar as seguintes linhas:
" Ao cabo decidimo-nos pela visita a Romarigães, atirada agora por Aquilino Ribeiro para as bocas do mundo. Lera precisamente agora o seu livro e a visita à Casa Grande seria a ilustração viva da leitura.(...) Ao começo da tarde metêmo-nos a caminho.
Passámos Ponte de Lima, os seus solares, eidos e velhas quintas.
( ... ) Levávamos um fito certo. Por isso não nos detivemos lá em baixo em Aurora, não demos um salto a Bertiandos, não parámos no Cardido, nomes amigos no leque da paisagem limenha. Dentro em pouco avistámos o planalto de Coura e já se deparava a torre restaurada da capela de Romarigães: carvalhos, salgueiros, olmos, tudo isto faz a mata que envolve a Casa Grande e tornou a Aquilino esta « abertura » sinfónica que são as primeiras páginas do seu livro: « de um pinhão que um pé de vento arrancou ao dormitório da pinha-mãe e da bolota que a ave deixa cair no solo, repetido mil vezes, gerou-se a floresta »
(... ) Eis Aquilino num quadro que está longe de ser o seu, as terras do demo são bem diferentes daquelas. (...) Porque ele, homem de serras beiroas ia ali de vez em quando. (...) Não me disse Aquilino, nem eu lho perguntei, se a famosa resma que descobriu « num armário não maior que o nicho dum santo embutido na ombreira da janela » existiu de facto, assim mesmo, ou faz parte também da ficção..."
Esse seria o primeiro, na verdade, mas logo a estante começou a encher-se com os livros deste escritor regionanalista, onde a fala do povo emerge em cada frase numa pureza castiça e sã.