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O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

« O Coração do Minho »

Cristina Ribeiro, 29.09.13
" No Inverno, com as árvores despidas e extensos prados de erva tenra, o Minho é todo verde; em Março, com os valados vestidos de giestas floridas, as bouças tapetadas de tojos em flor, e os campos cobertos de pampilos, o Minho é todo amarelo.
Na Primavera, a seguir às podas, que limpam as árvores e varrem o ar , os campos, esperando novas sementeiras, enchem-se de flores amarelas dos dos pampilos, das roxas soagens, do trevo cor de mosto e do azul descorado dos miosótis bravos, que, vistos de longe, parecem geada.
Depois vêm as lavras em que os dois bois bois barrosãos, de pontas em lira, mansos, a lamber os beiços e a espanejar as caudas, contentes com a toada da cantiga do boieiro jovial que os conduz, aram, com charruas leves, terras escuras adubadas com aquelas flores. ( ... ) Rebentam pereiras, pessegueiros e macieiras, em flores de neve e rosa.
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A terra laboriosa dá pipas de vinho e carros de pão com que se enchem adegas e arcas. Esta riqueza, sim, é farta e certa. 
Terra quanta vejas; casa, em quanta caibas."
Antero de Figueiredo, « Jornadas em Portugal »
 — emFreguesia de Campos, Vieira do Minho.