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O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

“Custa tanto escrever um bom livro como um mau livro; mas só merece respeito a Arte que é em nós uma imposição, um destino, um fogo inconsumível de espírito " *

Cristina Ribeiro, 18.10.13

" Li-o duas vezes, que eu desconfio sempre da minha primeira leitura, que é raro coincidir com a segunda: ou me causa uma impressão melhor ou pior. Com a sua admirável novela, na segunda leitura foi melhor a impressão recebida. Feriu-me, sobretudo, no desenho nítido das paisagens, a figura esboçada do personagem principal. Nisto reside o maior merecimento da obra! O ser humano, porque é vivo, é indefinido, perante as cousas mortas ou simplesmente animadas. Este contraste, tão eloquente! no seu livro, porque faz ressaltar a verdade que vislumbramos no panorama do mundo, feriu-me, repito, duma maneira muito especial e original! Trata-se duma escritora de raça, dotada de excepcionais qualidades visionárias, do instinto do real. Sem este instinto, há só literatura, e mais nada. Se os românticos excederam a realidade, caindo na falsidade, os chamados naturalistas cometeram o pecado contrário, e tornaram-se inferiores à Natureza. A autora do « Mundo Fechado » não praticou esses erros. E, por isso, a felicito com o maior entusiasmo! "

 

Carta de Teixeira de Pascoaes, agradecendo a oferta do primeiro romance da escritora amarantina.

 

   * Agustina Bessa-Luís

O bom combate ... literário.

Cristina Ribeiro, 01.03.12
 
 
 

« Quando o coração me falha neste dialecto de escrever livros, volto-me para Camilo, que é sempre rei mesmo em terra de ciclopes. Volto a folhear O  Romance de Camilo, de Aquilino Ribeiro, obra de muita substância e conhecimento ».

 

                   Como Agustina volto a ele, e seguidores da escola de bem escrever, como a própria, Aquilino também, porque se não gosto da figura, o génio, esse, impôs-se com todo o valimento. Um regresso que não obedece às mesmas razões da "  maior escritora do nosso tempo ", mas por precisão de ver a língua portuguesa bem tratada, depois dos desmandos a que tantas vezes é sujeita.

 

Acrescenta não ter chegado ainda " a vez de darmos a Aquilino o que lhe é devido: uma grande admiração ". Admiração que nos merece o autor desse livro enorme que é A Casa Grande de Romarigães, esquecendo, enquanto o lemos, os também enormes aleijões daquele que o escreveu...

«A Ronda da Noite»

Cristina Ribeiro, 11.10.09

 

O livro de Agustina Bessa-Luís tem sido uma leitura adiada, e, numa tentativa de me justificar a mim mesma por lhe antecipar outras que vão surgindo, digo-me: não perde pela demora porque quando me dedicar a ela, fá-lo-ei mais relaxadamente... Mas olhando a capa, aquela pintura de Rembrandt, lembro-me da viagem que fiz a Amsterdão e arredores, há dois anos. A visita ao Reiksmuseum era obrigatória, mas , tal como a minha irmã, temia a capacidade de "resistência" de uma sobrinha, que tinha apenas seis anos. Qual quê? Deliciou-se a olhar todas aquelas pinturas, na sua maioria do Século de Ouro holandês, o XVII, e até deu mostras de um ainda incipiente espírito crítico, o que nos fez pensar que talvez estivéssemos a contribuir para que nela florescesse a apreciadora de arte.

 

 

Maio de 2008

Usurpando

Cristina Ribeiro, 10.10.09

 

descaradamente, um título a João Marchante, do blogue Saudades do Futuro, trouxe da livraria este "Livro para Hoje». A Agustina é uma escritora que aprecio, integrando-a na Escola de Camilo- o autor que elejo entre todos-, e que é também, afinal, a de outros que considero, como Tomaz de Figueiredo ou António Manuel Couto Viana... Até na temática vejo essa proximidade, quando leio numa das badanas: "Maria Adelaide é uma mulher munida de uma alegria negra que é a de escapar ao amor da lei e às cumplicidades que a rodeiam".

 

Maio de 2008