para todos os amigos
Perto de todos aqueles géisers e fumarolas, elas embelezam os jardins da Aldeia das Furnas, numa ilha que deixa assim de ser só a Ilha Verde.
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Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...
Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...
Perto de todos aqueles géisers e fumarolas, elas embelezam os jardins da Aldeia das Furnas, numa ilha que deixa assim de ser só a Ilha Verde.
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Mas tudo me agradou nesta prainha, a começar pelo silêncio, pouco habitual em terras continentais, nesta altura do ano. E a beleza natural de Vila Franca do Campo.
Água quente como no Algarve, sem a confusão. E eu até nem sou grande apreciadora de praia. Ir até lá só depois das 4.30, voltar às 8 horas...
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E quem resiste a este incentivo do Daniel?
Por isso voltamos atrás: depois de visitar a Ribeira Grande, o destino era o vale das Furnas, ver a linda lagoa, comer o famoso cozido nas pequenas crateras fumegantes, ver as caldeiras.
Depois deste primeiro dia, perfeito, e dos que se lhe seguiram a ver toda a ilha, era inevitável o fim da estada na ilha verde.
Esse começaria com o almoço na inigualável Freguesia das Sete Cidades, a que se seguiu a dificilmente contável visita à Baía do Silêncio, na Lagoa Azul da Lagoa das Sete Cidades; já várias vezes falei nos Campos Elísios, mas estou agora convencida que nenhum lugar se aproxima tanto desse campo mítico como este sítio paradisíaco
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para depois correr entre as pedras, qual remoinho, é mais uma das muitas coisas que nos fazem pensar " valeu a pena! "
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da « Ponta do Sossego », ao olharmos a Natureza a assim despertar para a Primavera, também nós acalmamos, e enchemos as almas de calmaria, como calmo estava o mar ali ao lado.
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que vi onde " a terra acaba e o mar começa ", lá do outro lado do Atlântico.
E pensei que tinha sido de muito longe, do outro lado, que só podia imaginar, que as caravelas capitaneadas por Gonçalo Velho Cabral em 1432, a mando do Infante, tinham partido, com a suspeita já da existência de novos lugares, segredada por Diogo de Silves. Suspeita confirmada quando, depois de tempos e tempos passados à deriva, o homem da gávea gritou " Terra à vista ": terra bendita, terra que se viria a confirmar o paraíso talvez sonhado por quem primeiro a avistou, corria o ano de 1427.
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uma outra ilha, tão diversa é a paisagem, de montanha, com cascatas em cada um desses pontos mais altos, e miradouros que permitem alcançar visualmente lugares que julgamos inacessíveis, quase a fazer lembrar o sertão a desbravar, como é o caso do Salto da Farinha, na freguesia de Salga, de onde avistamos grande parte da costa norte da ilha, além de muitas das regiões montanhosas do nordeste.
Isto numa região onde o feto é a planta rainha, por se dar tão bem num habitat húmido, onde as quedas d'água surgem em cada monte.
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( Lagoa de Santiago-freguesia das Sete Cidades-S. Miguel )
Quando cheguei ao continente, mais do que uma pessoa me disse: - quando falávamos contigo por telemóvel estavas com uma outra voz, de felicidade; agora...; o que aconteceu? Encolhia os ombros, mas para mim pensava que isso só podia acontecer porque, aliado ao facto de estar rodeada de tanta beleza, por uns tempos esqueci o mal que vai corroendo este país, sem apelo nem agravo.
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( Ermida do Espírito Santo- Ribeira Grande - S. Miguel )
e capital do município do mesmo nome. Passadas muitas freguesias piscatórias, pois que confrontam com o Oceano Atlântico, como Rabo de Peixe, onde testemunhei a simpatia dos habitantes: batemos à porta de um senhor desconhecido, para que nos deixasse fotografar o Império, em honra do Espírito Santo, que é celebrado com muita devoção em todo o arquipélago, mas com preponderância em S. Miguel, e logo as portas se escancararam, sem perguntas.
" Império ", em honra do Espírito Santo
As pessoas todas se conheciam, pelo que o cumprimento era normal, mas eu, uma forasteira, fui tratada como um deles.
Estava na cidade a comprar umas peças típicas de cerâmica, e o meu telemóvel não parava de tocar; diz-me o guia: - bem, era suposto eu receber mais telefonemas...
- Sabe, respondi-lhe, é que hoje faço anos e todos me estão a dar os parabéns...
- Ah! diz o Paulo, então os meus Parabéns!
E ofereceu-me este azulejo pintado à mão
para que não esquecesse as ilhas que, como diria Raul Brandão, ainda me são desconhecidas...
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e dirigimo-nos para Povoação, onde desembarcaram os primeiros colonos; foi a caminho da vila onde melhor vi o porquê de se chamar a esta a Ilha Verde, apesar de verde ser toda ela:
as vacas pastavam preguiçosamente nos prados, onde não se via um espaço de outra cor, por pequeno que fosse, nas lombas do Cavaleiro, do Carro, do Botão e dos Pós ; deverão esse nome - Lombas - talvez ao facto de se tratar de pequenas elevações no terreno.
Chegados à vila, inundada de sol, uma surpresa me aguardava: uma aldeia de simpáticos macacos, que não se coibiram de mostrar o seu contentamento por verem humanos a chegar - era a promessa de uma gulodice...
E foi um momento de ternura: estender uma batata frita e uma mãozinha pegar nela com uma delicadeza imensa...
Quando viemos embora, disse-lhe adeus com a mão, e ele, ou ela, correspondeu ao gesto com uma meiguice indizível.
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