" Ao cabo de um trecho relativamente plano e arborizado, surge, no cimo de um cabeço, a vetusta povoação, ainda cingida por alguns dos antigos cubelos e panos de muralha medieva. A vila tem todo o ar de uma terra morta, esquecida do resto do mundo. As ruelas, toscamente empedradas, têm um estranho ar sonolento. Aqui e além, um velhote que aquece os pés ao sol, ou duas mulheres que conversam, com voz anasalada e sotaque antigo. Subindo por uma dessas quelhas, depressa se encontra o alto onde outrora assentava o castelo. No local, todo escalavrado, apontam-se os restos do tal palácio do malfadado Cristovão de Moura. "
Sant'Anna Dionísio
Já, há alguns anos, passara o fim-de-semana prolongado do feriado do 1º de Dezembro naquela região de
Castelo Rodrigo. E como é especial comemorar aí a Restauração da nossa independência!
Desta vez o céu estava mais azul, as pessoas que por lá vimos continuavam a poder contar-se pelos dedos duma mão, mas o entusiasmo por estarmos em terra quase sagrada, esse também era o mesmo que naquele dia já longínquo.
Agora na serra da Marofa pudemos ver, por entre um mar de oliveiras, algumas amendoeiras em flor. Uma saudade, porém: já não estava lá o Pai, para o Zé Miguel, um sobrinho ainda criança por então, lhe perguntar: "- Avô, que castelo vamos ver hoje? "; na véspera tínhamos visitado já Castelo Mendo e Castelo Melhor.