" Emendadas umas nas outras ", as memórias.
Cristina Ribeiro, 22.10.13
Estar a caminho da comunitária aldeia de Pitões das Júnias, num caminho rodeado de cores- o sempre presente verde da serra, o amarelo das maias e do tojo, o roxo da urze , o azul das florinhas que não soube identificar, e, claro, aquele céu, muito azul também.
Um cavalo castanho, e a lembrança daquele poema de Reinaldo Ferreira, que li pela primeira vez na escola:
Quero um cavalo de várias cores, Quero-o depressa, que vou partir. Esperam-me prados com tantas flores, Que só cavalos de várias cores Podem servir. Quero uma sela feita de restos Dalguma nuvem que ande no céu. Quero-a evasiva - nimbos e cerros - Sobre os valados, sobre os aterros, Que o mundo é meu. Quero que as rédeas façam prodígios: Voa, cavalo, galopa mais, Trepa às camadas do céu sem fundo, Rumo àquele ponto, exterior ao mundo, Para onde tendem as catedrais. Deixem que eu parta, agora, já, Antes que murchem todas as flores. Tenho a loucura, sei o caminho, Mas como posso partir sozinho Sem um cavalo de várias cores? . |