Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

<< Sublime Poeta do Amor e de todos os Sentimentos Generosos >>

Cristina Ribeiro, 02.07.14
" Esse olhar silencioso
Em que lingua se traduz?
Fala-me, oh astro saudozo
luz do céo, pallida luz!

A encantadora simplicidade dos versos de João de Deus, o seu caracter espontaneo e apaixonado, traduzindo em formas singelas e irreprehensiveis os sentimentos da sua bella alma - eis as qualidades que fizeram do poeta um vulto litterario de primeira grandeza ( ... )
A frescura, a ingenuidade e a vehemencia do seu lyrismo recordam-nos as eclogas de Bernardim Ribeiro, o poeta apaixonado e terno ( ... ) "
Fortunato de Almeida, « Revista Contemporanea »

Mas não é só esta faceta de poeta que vou buscar ao baú do meu Pai, em forma de estantes. Nas estórias que ia contando, a que retenho mais longínqua no tempo é a de ter aprendido ele a juntar as letras pela Cartilha Maternal, ainda antes da entrada na Escola Primária, devendo tais bons ofícios à generosidade do que havia de ser o seu professor durante os quatro anos curriculares, vizinho muito próximo, que nunca esqueceu até ao fim dos Seus dias, indelével foi a marca que deixou na Sua vida, de molde a considerá-lo « o segundo pai ». Basta dizer que, franqueando-lhe a sua biblioteca, O cativou para sempre para o amor aos livros.

3 comentários

  • Imagem de perfil

    Cristina Ribeiro 02.07.2014

    Duarte Meira:
    " Mais umas pétalas de Campo de Flores que ele soube cultivar na terra:

    Eu digo, quando assoma
    o astro criador:
    - Deus me fizesse aroma
    de alguma pobre flor!

    E digo, quando passa
    uma ave pelo ar:
    - Deus me fizesse a graça
    de asas para voar!

    (...)

    E que lá desse Campo de Flores perpétuas, que não murcham, aonde gozará da graça que pedia, o Poeta lhe faça chegar algum aroma do Céu a si, Cristina. Que bem no merece, por a magnífica Antologia dos mais altos Valores portugueses que vem fazendo neste blogue!

    A Cristina está a fazer aqui o que sucessivos ocupantes do ministério da "Educação e Cultura" há décadas se têm esquecido de fazer - ou têm tentado desfazer. Pois só a negligência ou a mais crassa incompetência, ambas criminosamente anti-nacionais, podem justificar que um Poeta deste quilate - que foi também um insigne Pedagogo e patrono duma obra pedagógica que vem até aos nossos dias - não seja lido e estudado nas nossas escolas públicas.


    (Por falar em algarvios, permita-me a Cristina sugerir que qualquer dia, se puder ser, aqui lembre o primoroso sonetista do Promontório Sacro, que foi Cândido Guerreiro; ou João Lúcio, que foi tão fiel legitimista quanto talvez o súbdito poético mais eloquente desse Reino do Algarve.)
    l
  • Imagem de perfil

    Cristina Ribeiro 02.07.2014

    Jorge, oraetlabora:
    " Agradável tertúlia literária !

    Bela a lembrança de Duarte Meira ao evocar outros algarvios, grandes nomes da Literatura Portuguesa, injustamente esquecidos hoje, mercê porventura da grosseira ignorância que grassa pelos detentores das pastas da Cultura:

    o excelso Poeta de Alte (Loulé) CÂNDIDO GUERREIRO (no meu tempo do Liceu, passava sempre por aquela que fora a sua casa, nas imediações do Liceu, e que era conhecida pela "Casa do Poeta"...);
    e o insigne tribuno e Poeta de Olhão, JOÃO LÚCIO, autor de uma antologia poética de assinalável valor.

    Gostaria de fazer presente aqui um outro Poeta algarvio (também já falecido), decerto ainda mais desconhecido do grande público, mas que é um escritor de fino recorte: ANTÓNIO PEREIRA. Natural de Armação de Pera, concelho de Silves, o seu poema "A minha rua tem o mar ao fundo" é um hino à terra natal, mas imerso num profundo louvor a Portugal.

  • Comentar:

    Mais

    Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.