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O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

Pinharanda Gomes: Pascoaes e a alma da Europa

Cristina Ribeiro, 26.12.17

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( ... ) na visão de Pascoaes e mesmo de Pessoa, ( a Europa ) constituía um desordenado conjunto sem forma própria, qual " massa amorfa " esperando a hora de ser tendida. ( ... ) Os pequenos países, desde que possuam uma identidade cultural e uma autonomia de pensamento, podem subsistir e sobreviver através das pressões dos grandes, embora as ameaças económicas levem os povos ao receio e ao temor. Pascoaes, e com ele os principais pensadores da ' Renascença Portuguesa ', seguidos, de modo diferente, mas no essencial convergente, pelos ideólogos do Integralismo Lusitano, deu relevo às culturas pátrias. in ' Nova Águia '

Alfredo Pimenta e o iberismo

Cristina Ribeiro, 19.12.17

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" Que as circunstâncias de um momento possam conduzir-nos a uma cooperação ocasional, compreendo; mas transformar essa precariedade, essa momentaneidade, em perenidade e sistema, em princípio e norma de vida, só pode pretendê-lo quem desconheça por completo a História de oito séculos de Portugal, ou a conheça mal- que é, ainda, pior. (...) Entre a hostilidade,que formalmente condeno, e a tese ( que António Sardinha foi buscar a Oliveira Martins ), de uma política militar e diplomática comum, que decididamente rejeito, há lugar para a única posição sensata que a História justifica: a da simpatia fundada na compreensão recíproca da independência plena dos nossos respectivos interesses. "

A portugalidade de Teixeira de Pascoais

Cristina Ribeiro, 13.12.17

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( Serra do Marão )

" Cada Pátria tem o seu Verbo, e uma alma inconfundível, portanto " Teixeira de Pascoaes, ' O Génio Português ' " Um dos aspectos mais curiosos do nacionalismo de Teixeira de Pascoaes ( no sentido lato de encarecimento dos valores nacionais ) é a ligação indissociável que o autor estabelece entre a Língua, a paisagem ou a alma do povo " Maria das Graças Moreira de Sá, ' Cadernos do Tâmega '

As mulheres nas páginas camilianas

Cristina Ribeiro, 08.12.17

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" Vós, mulheres portuguesas, amai-o sempre, porque Camilo foi o mais carinhoso intérprete do vosso coração! Todos os graus do amor -desde que ele não é ainda senão um arfar mais fundo do vosso peito iludido ( ... ) até às violências da felicidade ou da dor -; todos os aspectos: aquele amor tímido que se esconde, e aquele amor vaidoso que se ostenta ( ... ) - todos estes modos de ser do mesmo cuidado Camilo entendeu e exaltou. Nas mãos dele andaram os vossos mais bonitos segredos de amor. Vivem na sua obra os tipos perfeitos de mulher amorosa deste amor português que alguns chamam romântico e que eu chamarei divino. Vão mudados os tempos, bem sei. O espiritualismo é contido pela análise. A alma de Platão anda arredia das almas modernas. No entanto, ainda por aí freme, em corações moços ansiar de sonhos, muita insistência de raça afectuosa, muito irredutível atavismo de sentimentalidade que rebenta e estrige em gritos de amor fatal! Essas almas compreenderão as grandes amorosas de Camilo "

Antero de Figueiredo in ' A Águia '

E, de novo em hora incerta, Portugal a falar-nos, nas palavras de António Correia d'Oliveira.

Cristina Ribeiro, 01.12.17

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" Portugal assim dizia/ Quasi sempre em dôr tamanha!/ Assim prégou aos seus filhos/ Novo Sermão da Montanha.// Honra os teus Mortos. E' deles/ Que tu vens. Deves-lhe culto/ Que são os vivos? - A Sombra/ Dos Mortos que fazem vulto// . - Povo! Povo! eu chamo... Escuta/ Repara em mim: vê e pasma/ Sombra e chagas do que fui.../ Fiseram de mim um fantasma// Onde irei? A ser escravo?/ Velho e rôto vagabundo/ Aos encontrões, ás esmolas/ Aos enxovalhos do mundo...// Povo! em ti, confio e espero/ Como foi no tempo antigo/ Has de salvar-me...Ou ao menos/ Saberás chorar comigo// "

" Nos liberi sumus, Rex noster liber est "

Cristina Ribeiro, 01.12.17

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" ( ... ) Sua Majestade deliberado já de não tornar atrás, do que uma vez intentara, se resolveu, e assim o disse a António País Viegas, que ainda que se movessem dúvidas, e os confederados desistissem da empresa, ele não o faria; antes com qualquer pequeno número de gente, que o quisesse seguir, sairia a campo a tentar fortuna, mostrando ao Reino a firmeza do propósito, com que se resolvera, e que a sua vida, sendo necessário, havia de ser a primeira que se desse pela liberdade da Pátria. " Gregório de Almeida in ' Restauração de Portugal Prodigiosa ', citado por Rodrigues Cavalheiro na ' Revista dos Centenários ' Sem firmeza nos propósitos não se vai a lado nenhum; o Fundador deu o exemplo, o Restaurador compreendeu-o...

Com que reverência começo a ler estas Reais cartas!

Cristina Ribeiro, 26.11.17

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Neste livro, que o Conselheiro d'El-Rei D. Carlos " offerece ", como " seu antigo Deputado ", " A Cidade e Povo de Guimarães ", mais concretamente, nas cartas que o monarca escreveu ao seu Ministro do Reino, desde que, a 16 de Maio de 1906, o investe no cargo de Presidente do Conselho, confirmo o que já percepcionara noutros escritos: que, como refere António Sardinha, " D. Carlos foi o primeiro dos integralistas ". Da sua firme vontade, e decisão, de reformar Portugal, dá, desde logo, conta a João Franco nessa primeira carta- « Ha muito a fazer e temos, para bem do Paiz, que seguir por caminho differente d'aquelle trilhado até hoje » -. Com efeito, diz o de Alcaide " A nossa chamada ao poder obedeceu já a um pensamento superior de governo, a que Elle de motu proprio se dedicara. El-Rei decidira romper com a orientação politica e as praticas administrativas de« até hoje ». Forte e incisivo era o dizer; ao mesmo tempo animador e suggestivo. ( ... ). Encontrei em D. Carlos uma segura e reflectida resolução de tudo fazer para não se voltar mais ao « antigo » e a este proposito de reforma governativa se conservou firmemente e inabalavelmente fiel. ( ... ) A Ramalho Ortigão repugnou a onda de insensibilidade e de covardia moral que, depois do 1º de Fevereiro, parecia ter varrido este paiz, e apareceram as admiraveis e justiceiras paginas d«O Rei Martyrizado », que no infortunio e no exilio me foram consolação e desvanecimento ".

Ao cair da tarde...

Cristina Ribeiro, 22.10.17

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Fascinada pela leitura de opúsculo, editado pela Sociedade Martins Sarmento aquando do centenário de Camilo Castelo Branco sobre as suas relações com Guimarães e com o patrono dessa Sociedade. E que bem escrevia o então Presidente da SMS, Joaquim Santos Simões, autor do livrinho! " O Minho -e nele Guimarães -alimenta o seu mundo real e imaginário com as suas gentes, os seus monumentos e as suas paisagens, as suas aldeias vilas e cidades..."

Em Vila Nova de Foz Côa

Cristina Ribeiro, 17.10.17

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" Todos os anos, em meados de Setembro, no remoto Douro Superior de Portugal, pode ouvir-se o som de cantares festivos que ecoam suavemente sobre o rio Douro à noitinha. É tempo de vindimas na Quinta do Vesúvio e a voz do capataz pode ser ouvida dentro da adega, incitando os pisadores enquanto fazem o corte. Repetindo um ritual anual que atravessou gerações, a pisa das uvas acabadas de vindimar não é feita por máquinas mas sim pelos pés de homens e mulheres em tanques de pedra, abertos, chamados lagares. O dia foi longo e o grupo de pisadores passou o dia nas vinhas a vindimar as uvas à mão. Este é o motivo porque cantam, incentivando-se mutuamente para continuar a pisar as uvas frequentemente até altas horas da noite " Artigo sobre a Quinta do Vesúvio – revista "World of Fine Wine", citado no sítio desta lendária quinta. ( Outubfo de 2013 )