Gostava de todos: Poirot, Tommy, Tuppence
mas, sem dúvida, a personagem preferida era Miss Marple, aquela " velha abelhuda " encantadora, que conhecia sempre um " caso " passado na aldeia, ao qual ia buscar a chave para desvendar cada crime novo, que deixava a polícia às voltas, feita barata tonta. Desenvolvera, durante a adolescência, uma paixão pelos livros de Agatha Christie, e como cedo ela passou às minhas irmãs, não foi muito difícil, entre todas, comprar a sua obra, editada pela « Vampiro Gigante ».
E agora ali estava eu, em Harrogate, no North Yorkshire, a cidadezinha termal onde a escritora centrara o mistério do seu próprio desaparecimento. A caminho de York, ia pernoitar num hotel Eduardiano," very cozy ", com as paredes cobertas de hera, o Saint George, e como sabia muitíssimo pouco sobre esse desaparecimento, perguntei à recepcionista se me podia dizer alguma coisa mais. Que não podia acrescentar muito, a não ser identificar o hotel onde se tinha escondido - chamava-se agora Old Swan ( não sabia se fora sempre esse o seu nome ), e disse-me qual o caminho a fazer para lá chegar. Quando o vi, acho que devo ter tido uma desilusão: um hotel normalíssimo, sem nada que fizesse lembrar os cenários descritos nos livros; o meu era muito mais charmoso.