Se Goethe chamou Varanda da Europa
à cidade que se debruça sobre o Rio Elba, Jaime Nogueira Pinto chama a Lourenço Marques a Varanda do Índico; de todo um Oceano desbravado pelos valentes marinheiros que partiam do Tejo sem saber mínimamente aonde iriam aportar, ou, sequer, se a braveza do mar os deixaria arribar aonde quer que fosse. E eu que nunca fui a África, e só a conheço de relatos como este, sou levada a pensar que sim, que a cidade é mesmo essa varanda, construída pela Natureza, mas onde é inegável a mão portuguesa, aonde podemos e devemos sempre voltar, depois de uns devaneios que nos desviaram da rota certa.