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O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

A " minha " Lisboa de meados dos anos sessenta ( 2 )

Cristina Ribeiro, 07.03.10

 

" ... de que recordo apenas ser muito íngreme ", dizia ontem  da rua onde passei algum tempo da mais tenra meninice. Hoje, depois de ter falado com o filho da D. Augusta, que casou cá no Norte, e vive em Braga, sei já que era a Rua Capitão Renato Baptista.

Mas se da Rua não tenho uma lembrança muito nítida, a não ser a de uma mercearia, onde a D. Augusta me levava muitas vezes, e aí recordo o orgulho, quase maternal, com que me mostrava, perguntando se não estava desenvolvida para a idade que tinha, o mesmo não acontece com a casa: nas traseiras, um pequeno pátio com uma pequena capoeira, onde o único habitante, hóspede de luxo, era um galo - o coquinhas - que só pernoitava lá: todo o resto do tempo andava livre pela casa, onde era rei e senhor; quando estávamos à mesa empoleirava-se no ombro de um dos três elementos da família, com um à-vontade de quem sabe que é bem vindo.

Três cágados passeavam-se pachorramente pela casa.

A senhora gostava muito de animais e era incapaz de os matar: uma vez,, o meu pai presenteou-os com um cabrito pequeno, que por lá ficou, até atingir a idade adulta, altura em que o enviaram para a aldeia do senhor Moreira, nas faldas da Serra da Estrela.

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