« Muitas foram as casas por onde andou Tomaz de Figueiredo ao longo da sua vida,
mas uma só, considerava, lhe ficara para sempre no coração- a Casa de Cazares em Arcos de Valdevez(...); é falar numa ligação tão forte que o leva a desejar-se arcoense apenas para nessa casa ter nascido; é falar numa permanente procura desse bem perdido onde se encontram a infância, as tropelias de menino, o local de tantos sonhos de juventude »
Prossegue a digressão pelos refúgios dos meus escritores dilectos, e, através das imagens captadas por Sérgio Freitas, ando por aquelas salas do casarão de granito, onde nunca estive, detendo-me a olhar as muitas fotografias na parede, que, de certo modo, me são já familiares, porquanto as li em vários dos seus livros.
São em parte estas que me levam até à estante, em busca de uma frase lida no seu romance maior, e que resume todo o sentir que está por detrás dos seus escritos- « Ah!, mundo esmagador das recordações! Nunca parara de lhe trabalhar no coração ( e não seria o coração, nele ao menos, a sede, afinal, do pensamento? ) aquela frase topada em Michelet..." pour te verser, mon coeur, j'ai besoin de l'éternité " »
E vem-me à cabeça aquele título de Marguerite Yourcenar- « O Tempo, Esse Grande Escultor ».