Viagens na minha Terra
Estávamos na Província da Beira Baixa, distrito de Castelo Branco. Assentáramos arraiais em Penha Garcia, bem perto de Monsanto, que em 1938 fora considerada ' a aldeia mais portuguesa de Portugal ', mas agora era outra a aldeia histórica que visitávamos. "Na época da ocupação romana [ Idanha-a-Velha ] era a chamada Civitas Aegitidanorum. Durante o confuso período da migração dos povos bárbaros sofreu diversas demolições, sendo restaurada pelos visigodos e convertida em sede de uma grande diocese. Entre os bispos comprovadamente da Egitania conta-se Adório, que compareceu no 2* concílio bracarense ( 572 ). [...] A invasão islamita destruiu-a profundamente no século VIII, e só muito depois, no começo da monarquia portuguesa, Sancho I intentou repovoá-la, concedendo-a aos Templários. A diocese egitaniense foi por esse monarca restaurada na Guarda. " ( Hipólito Raposo in Guia de Portugal edição da Biblioteca Nacional de Lisboa ) Logo à entrada da aldeia, sobre o rio Ponsul, afluente do Tejo, e outrora integrando a via que ligava Mérida a Braga, deparámos com a Ponte Velha, de origem romana. Mais à frente, um largo, onde sobressaem o pelourinho manuelino, provalmente erigido em 1510, aquando da atribuição do foral, e a Igreja Matriz, de estilo renascentista, antiga Misericórdia. Depois de percorrermos as várias ruas, de traço medieval, terminámos a visita na Igreja de Santa Maria, a Sé Catedral, cuja configuração actual data do século XVI, mas que tem sido objecto de escavações várias, de que são testemunho as ruínas hoje visíveis e as muitas pedras com inscrições, algumas ainda por decifrar. Também os belíssimos frescos das paredes remontam a tempos indeterminados. Idanha-A-Velha, uma aldeia que já foi sede de concelho e hoje, unida à de Monsanto, íntegra o de Idanha-Nova.