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O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

Ler. Sempre gostei de ler, desde que aprendi a fazê-lo.

Cristina Ribeiro, 23.04.14

E esse meu gostar sempre foi incentivado pelo meu pai: do mesmo modo que é agora o meu, adulto já, gostava de  livros infantis, pelo que saíram da sua então pequeníssima estante os primeiros livros que li, antes ainda de recorrer à Biblioteca Itinerante da Gulbenkian. Gostava de ler,  e de ver os filmes que passavam na televisão, domingo à tarde. Era do que mais gostava.

Veio depois a fase de gostar de escrever: escrevia diários em cadernos escolares, e nas férias escrevia - e gostava de receber - cartas aos amigos. Até que, quando fiz 16 anos, a turma me ofereceu um Diário a sério, lindamente ilustrado. Quando o acabei, voltei aos cadernos escolares, e agora, que tinha ido para Lisboa, já não esperava pelas férias para escrever cartas.

 Como acontece com muitos adolescentes, começara a escrevinhar aquilo que, pomposamente, chamava de poemas. Mas depressa me deixei disso, por cedo ter chegado à conclusão de que quem nasceu para sapateiro, a mais não deve almejar. Voltei, pois, aos meus cadernos de escrita diarística, para consumo interno, sempre com os livros dos meus autores preferidos ao lado. Preferências que, naturalmente, se renovavam com o passar do tempo e das próprias leituras. Mas as palavras escritas, pelos outros, ou por mim, sempre me foram necessárias.

" Se ninguém nos for à mão, havemos de desfigurar, o mais depressa possível, o nosso idioma "

Cristina Ribeiro, 09.04.14

" No tempo em que fui seu aluno [ Senhor Teotónio ], a Língua portuguesa ainda se mantinha, como se costuma dizer, nas suas tamancas. Tinha sua prosápia de Língua limpa. De então para cá, o que tem feito é despir a farpela e rebolar-se na lama. Vejo-a cada vez mais enlameada. "