" Ouvi: eu planjo, eu planjo as badaladas!/Tombam, compassadas tombam,/lágrimas ermas, tombando/ sobre as almas alarmadas/ escutando... *
Na secção dedicada aos livros que por então iam sendo editados, João da Rocha, colaborador da « LÍMIA- Revista mensal ilustrada de letras, ciências e artes », propõe, no nº 8 da Revista, de Maio de 1912, entre outras a leitura do livro que, no ano anterior, dera ao prelo Afonso Lopes Vieira. Livro de poesia, género em que o multifacetado escritor de Leiria se estreara em 1897, com « Para Quê? ».
Nessas " Impressões Pessoais " discorre dest'arte o referido jornalista: " ... Curtas e leves, as poesias das frescas e radiosas « Canções » são como brancas ou irisadas borboletas voejando entre as verduras olorosas dum jardim. Lê-las é amá-las, decorá-las, repeti-las lentamente como quem sorve, a golos inteligentes, um licor precioso, feito de sucos e essências naturais. Há uma sã alegria neste livro ( ... ), e se por vezes a contemplativa melancolia ou a piedosa ternura, como um óleo doce e brando se entorna, se derrama sobre a agudeza e a amargura dos espinhos e das dores, logo um sorriso de alada ironia vem temperar a sensibilidade que se queda e esquece... "
Assim são os versos daquele que, nas palavras de Hipólito Raposo, " foi sagrado Grão-Mestre de Portugalidade.
Profeta e apóstolo descendente de Bandarra, em nenhum outro português contemporâneo mais viveram e latejaram as pulsações do coração da Pátria "