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Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...
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Que era grande amigo de Tomaz de Figueiredo, fez-mo saber um amigo comentarista. Até então não sabia nada de Fausto José.
Acerca de uma visita a Ucanha e a Tarouca, falou-me em Armamar, no Douro, e que teria feito muito bem se tivesse subido um bocado até à Aldeia de Cima, onde o poeta acolhia amiúde o escritor de Valdevez. Fiquei com vontade de a visitar, claro, mas foi sempre um destino adiado até que me propus rever a, certamente - como vim a confirmar - já restaurada ermida de S. Domingos, ali vizinha ( freguesia de Fontelo ), e que se encontrava em obras de restauro.
Procurei os seus poemas e soube que a Câmara de Armamar os reeditou não há muito tempo. Mas não descansei até o encontrar, integrado na antologia « Líricas Portuguesas », coordenada por Cabral do Nascimento. Dela esta « Névoa ».
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Quero um cavalo de várias cores, Quero-o depressa, que vou partir. Esperam-me prados com tantas flores, Que só cavalos de várias cores Podem servir. Quero uma sela feita de restos Dalguma nuvem que ande no céu. Quero-a evasiva - nimbos e cerros - Sobre os valados, sobre os aterros, Que o mundo é meu. Quero que as rédeas façam prodígios: Voa, cavalo, galopa mais, Trepa às camadas do céu sem fundo, Rumo àquele ponto, exterior ao mundo, Para onde tendem as catedrais. Deixem que eu parta, agora, já, Antes que murchem todas as flores. Tenho a loucura, sei o caminho, Mas como posso partir sozinho Sem um cavalo de várias cores? . |
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Tenho na mesa de cabeceira vários livros; de literatura apenas leio um à vez ( neste momento, « No Bom Jesus do Monte » ), mas outros vou consultando, a eles recorrendo amiúde. Um destes é « Sob o Nevoeiro », do conterrâneo Mário Saraiva. Lúcido, cedo me dei conta de que em muito me identificava com o seu pensamento; na questão agora abordada, a conclusão lógica e óbvia é corroborada pela experiência que nos está dado ser vivida, há já 38 anos, a qual justifica que nela só não me revisse se fosse masoquista; só se não parasse um bocadinho, pouco é necessário, para pensar na razoabilidade do que diz.
Pergunta ele: " Acaso o pluripartidartimo [ tanto em Monarquia como na República ] alcançou a representatividade nacional? "
Pergunta que faz anteceder das seguintes considerações: " Temos no país uma longa experiência que vem dos princípios do século XIX e não podemos desprezar os factos e ensinamentos que ela encerra.
No desmanchar da feira do partidarismo monárquico, Oliveira Martins, um dos maiores pensadores da sua geração, denunciava com a maior propriedade que « o deputado só legitimamente representa a opinião partidária » e também que « entre os partidos e a sociedade portuguesa , entre uns bandos de espectadores e uma massa de gente laboriosa, não há pontos de contacto íntimo, nem solidariedade ». ( ... ) É notável, pela clarividência que revela, o seu estudo « As Eleições », propositadamente posto no esquecimento, porque muito informativo para o público desprevenido.
Com o acto revolucionário de 1910 os ingénuos idealistas republicanos [ que também os houve ] não tiveram a percepção de que o mal que arruinara a vida política em monarquia era o do partidarismo, pelo que em vez de partidos monárquicos passaram a degladiar-se partidos republicanos.
As coisas e as pessoas são o que são, e não como se desejam. Os partidos políticos não podem ser diferentes de si próprios, porque não podem fugir à sua circunstancialidade. A prova que nos deram, em tão longa experiência ( partidarismo monárquico, partidarismo republicano ) foi a de que, com o tempo, em vez de se corrigirem e aperfeiçoarem,mais se deterioraram, por agravamento doss seus defeitos ".
Acrescento: porque está na sua natureza o autopromoverem os próprios interesses, em detrimento do interesse do povo que juram representar, do interesse nacional.
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" Li-o duas vezes, que eu desconfio sempre da minha primeira leitura, que é raro coincidir com a segunda: ou me causa uma impressão melhor ou pior. Com a sua admirável novela, na segunda leitura foi melhor a impressão recebida. Feriu-me, sobretudo, no desenho nítido das paisagens, a figura esboçada do personagem principal. Nisto reside o maior merecimento da obra! O ser humano, porque é vivo, é indefinido, perante as cousas mortas ou simplesmente animadas. Este contraste, tão eloquente! no seu livro, porque faz ressaltar a verdade que vislumbramos no panorama do mundo, feriu-me, repito, duma maneira muito especial e original! Trata-se duma escritora de raça, dotada de excepcionais qualidades visionárias, do instinto do real. Sem este instinto, há só literatura, e mais nada. Se os românticos excederam a realidade, caindo na falsidade, os chamados naturalistas cometeram o pecado contrário, e tornaram-se inferiores à Natureza. A autora do « Mundo Fechado » não praticou esses erros. E, por isso, a felicito com o maior entusiasmo! "
Carta de Teixeira de Pascoaes, agradecendo a oferta do primeiro romance da escritora amarantina.
* Agustina Bessa-Luís
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