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O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

" Às vezes m'espanto "

Cristina Ribeiro, 24.10.10

Como Sá de Miranda, espanto-me como é que durante anos a fio os escolhidos
pelos timoneiros ( péssimos timoneiros em terra de grandes e imortais navegadores ) para cuidar das finanças deixaram isto ir ao charco, e agora vêm, quais carpideiras dizer que " isto vai dar recessão e séria "

 Sou daquelas que pensam que Salazar falhou em questões essenciais, mas é muito convictamente que digo que todos estes, agora às aranhas, não valem um dos seus dedos mindinhos: razão primeira - não puseram, como ele, o interesse nacional acima de todas as coisas.

Um Rei independente do sistema partidário,

Cristina Ribeiro, 15.10.10

 

educado desde pequeno para apenas prosseguir o bem da Nação, que utilize todos os poderes que a Constituição confere ao Chefe de Estado, v. g. o de dissolver o Parlamento sempre que, dentro do alto ideal que é esse Bem Público, entenda não se estar a seguir a política benéfica ao País, sem ter de acatar os ditames partidários, que é o que um Presidente da República acaba sempre por fazer, mesmo quando diz que é Presidente de todos nós, é o que almejo, caro Corcunda!

O oposto de coroar Abril !

Um Rei interveniente dentro do Constitucionalismo não é novidade na nossa História

O Klaus e a Kinski.

Cristina Ribeiro, 15.10.10

 

Escrevi este postal, noutro blogue, pouco depois da Kinski ter sido atropelada; hoje transcrevo-o porque logo de manhã vi, no caminho para o trabalho, um gatinho muito parecido com ela: preto e de patinhas brancas.

 

"Lentamente, com um olhar de intensa concentração, levantou-se e dirigiu-se para mim, como Tarquínio galopando arrebatadamente; depois equilibrava-se e estendia a pata dianteira e acariciava-me a face como eu costumava acariciar-lhe o queixo- uma carícia humana vinda de um gato" (Sylvia Townsend Warner).

Juro que não falei à Sylvia na minha relação com o Klaus, mas é mesmo assim: "nem mais nem menos, Maravilhosa!"

Por ter querido abarcar o mundo todo, pois que não lhe chegava o que lhe fora destinado, tão aventureira que era, e tão arredia, a gatinha preta- a Kinski- foi, há já uns tempos, atropelada; não soube calcular os riscos...

Herdara a profissão do pai,

Cristina Ribeiro, 15.10.10

 

 

 

 

 

que andava de porta em porta a vender os tecidos que lhe enchiam a carroça. Parava o burro no largo frente à igreja, e apregoava:

- Venham ver, minhas senhoras. Lindas chitas para blusas e vestidos, e bom cotim para fazer calças para o patrão!

O mulherio acorria todo, num ambiente de festa, pois não se sabia quando é que o velhote voltava à aldeia; talvez só daí a seis meses...

E num abrir e fechar d'olhos a mercadoria desaparecia, vendo-se o fundo da carroça, agora vazia.

Despedidas feitas: - Daqui a uns tempos aqui me têm de novo, com as últimas novidades...-, e o homem dando uma palmada amigável no animal, segredava-lhe: - Vamos Gaspar, que já ganhámos o dia...

Chegada a altura do filho seguir as pisadas do pai, o velho, virou-se para o rapaz e disse-lhe: : - Não agora tu já não precisas de andar de terra em terra com a carroça. Amealhei o necessário para comprares um lugar na feira da vila, e é para lá que tu vais; onde é que já se viu filho meu andar a vender chitas pelas portas...