Que não há bela sem senão,
deu-se conta, muito tempo depois da mãe a ter avisado que a vida é para viver, e mesmo quando se escorrega, e se cai ao comprido, teria de se ter a força para se levantar e voltar a palmilhar o caminho que se abria à sua frente.
Tinha razão, mas não podia deixar de se interrogar porque é que, sendo a memória um dom divino, de tão extraordinária que era, não poderia a sua afamada selectividade ser mais completa ainda: esquecer, para todo o sempre, algumas dessas escorregadelas, das que deixam marcas indeléveis.