E as memórias vieram de novo ter comigo, quando li este post.
Quando jogava o Monopólio, a Rua Augusta tinha para mim um duplo valor: o que lhe era reconhecido pelo jogo, mas também porque a considerava a " minha " Rua:
Quando andou por Lisboa, na tropa, o meu pai tratou de espreitar as oportunidades para o negócio que tinha em mente; foi assim que conheceu a casa que, durante muitos anos, antes de começar a exportar, foi o seu melhor cliente: o Braz & Braz.
Acabada a tropa, e iniciado o negócio sonhado, começou a visitar aquela grande Casa de Comércio,muito perto da praça da Figueira, aonde fui muitas vezes, muito pequena ainda.
Desde o primeiro momento fez grande amizade com um funcionário, o Sr. Moreira, passando a ser visita assídua da sua casa, enquanto ele, a esposa e o filho vinham passar as férias ao Norte.
Chamava-se a senhora Domina Augusta, e quando nasci estava assente que seria a minha madrinha, mas dois dias antes do baptismo foi vítima de um acidente cardio-vascular que a deixou incapacitada por muito tempo. Herdei-lhe, porém, o segundo nome, e, até ela morrer, considerei-a " a " minha madrinha.
Pequena, e a senhora já recuperada, muitas foram as temporadas que passei na casa de uma rua de Lisboa, de que recordo apenas ser muito íngreme.
E muitas vezes ela me dizia: - hoje vamos até à " nossa" Rua...