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O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

Que os portugueses andam deprimidos,

Cristina Ribeiro, 14.02.10

 

leio, algures na blogosfera. Também não me admiro .Às razões aí aduzidas, acrescento a de um flagrante vazio que vai grassando, num crescendo imparável, por via da falta de valores, por demais evidente. Há dias dizia-me uma amiga que uma amiga comum conseguira ultrapassar uma fase menos boa porque tinha " amarras " onde segurar-se, que lhe vinham de um passado rico deles, de que se socorreu na hora de escuridão; e se eles faltam?

Estava um lindo dia de Sábado. Com tempo livre para sentar,

Cristina Ribeiro, 14.02.10

 

com um livro, junto daquele ribeiro- do Carvalhal, disseram-; olhava à minha volta e via campos verdes, prontos para receberem as sementeiras que se aproximam, as vinhas recém enxertadas, os carvalhos que começam, muito lentamente, a adquirir nova folhagem, para substituir a que o Outono lhes levou, e toda esta frescura de paisagem, a fazer lembrar as gravuras antigas de um Minho Pitoresco, contrastando com o caos de construções que assola uma aldeia, que ainda lembro de ver sem as marcas da malfazeja intervenção humana, que parece só ficar satisfeita quando tudo estraga; mais crescia a revolta...

Quando cheguei do trabalho, ainda o sol ia alto, encontrei os quatro,

Cristina Ribeiro, 14.02.10

 

os cães e o gato, em pacífica confraternização, não sei se em amena cavaqueira, estirados ao sol, esquecidos daqueles dias mais cizentos, como esse em que lhes tirei o retrato. Sem se preocuparem com previsões meteorológicas, com os anunciados alertas amarelo ou laranja, limitavam-se a sentir o quente que vinha do céu.

Olhai os lírios do campo...

Das magnólias do Porto,

Cristina Ribeiro, 14.02.10

 

 

fala o Nuno. Fui logo ver as de cá de casa, fotografá-las para trazer até aqui a Primavera que ainda não vem no calendário. Primeiro floresce a lilás, depois a branca, antecedidas pelas ameixoeiras, também elas brancas. Juntas, estas flores lembram a lenda da princesa, raptada pelo rei mouro, que tinha saudades da neve, e só se alegrou quando pensou vê-la nas flores brancas da amendoeira. Ir agora a Trás-os-Montes...

Mas, e numa variante da canção, por florirem as árvores não começa a Primavera, embora aqui e acolá ela se faça sentir,sem respeito pelos cânones ditados pela folhinha; sábia como é a Natureza, estará, talvez, a conjugar esforços para que as depressões se vão embora antes ainda do fim do Inverno.E o nosso contentamento desabrocha também

Mas faltam as andorinhas.

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