Aquando da recente ida a Israel,
um sobrinho pediu-me lhe trouxesse um mapa antigo de Jerusalém. Trouxe um mapa e uma gravura da cidade antiga, mas, quando cheguei a Portugal, cansada, guardei-os na grande caixa das fotografias, e nunca mais deles me lembrei. Quando, no início da tarde de hoje, ele me telefonou- que não me esquecesse do mapa, fui buscá-lo à tal caixa: a perdição! Com efeito, guardo nela as centenas de fotografias tiradas na época " antes da digital ", fruto do gosto de documentar em imagens todos os passeios: os que fiz só, e os feitos em família; apreciar as alterações por que cada sobrinho ia passando, de ano para ano; lembrar as circunstâncias em que cada uma tinha sido tirada, e " rever " a terra em que tinha sido tirada. Depois de todo esse exercício memorialista, que provocou muitos sorrisos, concluo que, depois que comecei a usar a nova máquina, tenho descurado esse trabalho minucioso, mas gratificante, de etiquetar, com todas as referências, cada postalzinho mais ou menos colorido, que fixou cada instante nosso, cada momento meu.