Que, ao Sábado de manhã, quando a disponibilidade era maior, a minha mãe cozia a broa. O longo processo começava-o muito cedo: antes do mais, aquecer bem o forno, com a lenha já pronta de véspera; seguia-se o peneirar da farinha, normalmente de milho e centeio, para a masseira, a que juntava água quente e um poucochinho de sal. Depois, de mangas arregaçadas, punha toda a sua força no acto, cansativo, de amassar Juntava um pouco de fermento, um pedaço de massa da semana anterior, que entretanto azedara, e deixava esta mistura descansar umas horas, a fim de levedar. Enquanto isso, o forno já quente precisava de ser " limpo": retirada das brasas maiores, para que não queimasse o pão, com a ajuda de um gancho encabado num pau comprido. Embolava então uma porção de massa na emboladoira- uma gamela de madeira- , na qual fazia uma cruz, e metia-a no forno já rubro. Depois de, com a ajuda de uma comprida pá de madeira, meter todas as broas no forno, era altura de o fechar com os restos de massa. Horas depois estavam prontas para serem retiradas, com a mesma pá, sendo que essa fornada haveria de dar para a semana toda, depois de se distribuirem algumas broas pelos vizinhos e familiares.