Um eterno viajante, que nos permite viajar também.
« O escritor, ainda que não viaje senão à roda do quarto, é como Pêro Vaz de Caminha um revelador de mundos inéditos »
João Bigotte Chorão
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Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...
Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...
« O escritor, ainda que não viaje senão à roda do quarto, é como Pêro Vaz de Caminha um revelador de mundos inéditos »
João Bigotte Chorão
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Um dia lindo de Outono, em que o sol começou a querer abandonar-nos já bem no entardecer.
Durante muito tempo, na adolescência, e primeiros anos de adulta, era lá, em Valença do Minho que passava as férias. Eu e os meus.
Como companheiros, tínhamos, nós as raparigas, principalmente, porque as idades eram similares, os cinco filhos de uns velhos amigos dos pais.
Depois, a vida encarregou-se de nos separar, quando uns foram para o Porto, outros para Lisboa; mas também porque os interesses se tornaram outros.
Anos mais tarde, e porque a diferença de idades entre eles e os meus irmãos, mais velhos,
deixara de ser uma barreira, voltámos a saber deles por via destes.
Para o dia de ontem planeáramos o reencontro; o grupo agora aumentado porque entretanto a maioria casou, e, além das mulheres, havia também crianças. Que só ontem conheci.
Foi frente a este lago, com cisnes, e num restaurante que guardou o pitoresco da região, que a festa se fez.
Estava frio já, quando os deixámos. Não antes de marcar a data, bem breve, em que virão eles visitar-nos.
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Bem a propósito deste vídeo, e da denúncia que ele faz, a conversa que ontem, ao almoço, em Valença do Minho, se fez à volta deste tema: contavam os nossos anfitriões do abandono a que têm sido deixados muitos edifícios antigos em redor, nomeadamente conventos, a contrastar, de maneira chocante, com o que se passa na vizinha Galiza; isto tudo se passava tendo à nossa frente o bem cuidado casco de Tui, com a Catedral, nossa velha conhecida, porque era lá que íamos muitas vezes aos Domingos, sempre que por essas bandas passávamos férias ou fins-de-semana, a sobressair num conjunto cuidado.
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Quero muito continuar a viajar neste Reino feito duma escrita que me preenche, de uma forma que não sei adjectivar, mas eis-me aqui ligada a uma esfera que se foi tornando numa cadeia de afinidades feita.E de boas letras também.
Novembro de 2008
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mas este impunha-se, porque quando se noticia uma tempestade, em havendo bonança, há que dela dar conta. Uns dias depois do envenamento do Gaudi, eis que nos apareceu à porta um cachorrinho, preto também, e logo adoptado pelos outros dois da mesma espécie,. Banho tomado e alimentado, parece a sombra destes, demonstrando ainda um certo receio das pessoas, o que faz pensar num passado conturbado. Dei-lhe o nome de Kinsky. Com um gato chamado Klaus, espero que seja um bom presságio para uma nova história de amizade
Novembro de 2008
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que lembro uma " coisa nossa " sempre associada ao sol de Outono, lembrança que me foi avivada por um comentário de José Manuel Barbosa. Feita a marmelada, enchiam-se as tigelas, que iriam em seguida espalhar-se pelo jardim, para apanharem o sol que ia ajudar no processo de solidificação, passo necessário para que se mantivesse em bom estado todo o Inverno, por mais húmido que este fosse . Como o papel vegetal que as cobria não afastava as vespas, sempre prontas a espetar o ferrão em quem ousasse intrometer-se entre elas e o manjar, o melhor era que nós, as crianças, nos quedássemos ao largo- no caso de, mesmo assim, não escaparmos à picada, haveria sempre um bago de uva, ou o aço de uma faca, para aliviar a dor.
Novembro de 2008
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porquanto ouvira dizer que os do Governo, assim que saíam do Governo, se amanhavam logo com uns poucos de empregos, onde chegavam a tirar aos cinquenta contos, e upa. Que faziam favores, poucas-vergonhas, enquanto estavam no Governo, e que depois lhes pagavam esses favores e essas poucas-vergonhas com os tais empregos. (...) -Ora aí tens (...) , e ainda por cima de sujeitos que passam por sérios..." Tomando por mote a citação de Lord Acton, trazida pelo Samuel, de que "o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente", veio-me à memória este excerto de um livro escrito nos anos quarenta do século passado: «A Toca do Lobo - Fim », de Tomaz de Figueiredo. Deste panorama que se vivia então, cresci eu a ouvir falar , não em casa, mas a pessoas que dele sentiram a injustiça, e vem corroborar o que há tempos escrevi aqui. Mas também não tenho dúvidas de que o escritor encontraria hoje o mesmíssimo- não: em muito maior escala- material para pôr as mesmíssimas palavras na boca do Nelo. Tantos anos depois, e depois de uma revolução que se auto-proclamou como " moralizadora ".
Novembro de 2008
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vou à mercearia, encontro no caminho um velho amigo, que conheci há uns dois anos, e se mantém fiel ao seu domicílio de sempre: debaixo dos carros que estacionam naquela rua. Já me conhece, e vem ter comigo, porque "sabe" que , na volta, já com o saco das compras, lhe trago um miminho que lhe vai matar a fome do dia. Sei que quando não estou lá, outras pessoas fazem o mesmo; daí a sua fidelidade ao lugar.
Novembro de 2008
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em que, de comboio, na Linha do Douro, fomos do Pinhão ao Pocinho. Caía do céu, cinzento como chumbo,uma chuva miudinha, " molha-tolos", e vimos o Douro com outras cores; bonito ainda, mas diferente de quando lá fôramos dois meses antes. Mais triste, porque as folhas tinham perdido as cores do Outono, mas a alegria de todos nós, a festa que fizemos - eramos 30, e só ia a família ' de-todos-os-dias ' - fez com que tudo ganhasse novas cores. "
1 de Novembro de 2008
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