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O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

Viagens na minha Terra

Cristina Ribeiro, 28.10.13
" É um belo percurso, com admiráveis relances panorâmicos. Os olhos não se cansam de percorrer montes e vales, despenhadeiros e barrancos, verdadeiros trechos de pintura romântica, a par de fugitivos quadros de penetrante intimidade. ( ... )
A paisagem duriense é inteiramente diferente de toda a paisagem do País..Como desenho é forte e doce; pela cor,azul e verde; pela expressão, violenta e carinhosa ( ... )
Onde o Marão avança, logo o Montemuro recua. No fundo, o vale do Douro nasceu da luta entre estas duas serras tremendas. (... )
Em boa verdade, o Douro é talvez a região onde se trabalha mais em Portugal. A terra áspera e íngreme, onde, pela disposição, nenhum mecanismo agrícola pode ser empregado, é toda laborada a aço e a pulso.
De grandeza nem falemos. Quem vê o Douro do Alto de Mesão Frio ou do Vale Claro, na estrada de Resende a Lamego, é como seolhasse uma gigantesca taça de bordos de bronze "                              
                                    Pina de Morais, « Guia de Portugal »
 
 
 
 
 
 
 
 
Havia já a intenção de voltarmos ao concelho de Lamego, e, depois, perdermo-nos por essa prodigosa Província do Alto Douro. Mas o propósito foi antecipado por repto lançado aqui na caixa de comentários do blogue: " aconselho as cerejas de Penajóia! ".
 
                                O Marão, vestido com as cores de Maio, ficara para trás já. Depois de Mesão Frio, era o Douro Vinhateiro que avistávamos, a caminho de Peso da Régua. Almoço rápido, e seguimos para Lamego. A Sé que está em obras, mas que pudemos visitar. O castelo, ao cimo de um caminho muito íngreme, em obras também. Dentro do recinto amuralhado, ruelas estreitas levam-nos até à lindíssima igreja de Santa Maria de Almacave, onde se terão realizado as primeiras cortes do Reino de Portugal, corria o ano de 1143, logo após a assinatura do Tratado de Zamora.
Hora de buscar as afamadas cerejas da última freguesia do concelho de Lamego, antes de iniciar-se o de Resende, famoso também pelas mesmas razões frutícolas. E que vistas se alcançam dos seus miradouros sobre o vale!
Deliciosas as cerejas!!!
 
Voltamos a Peso da Régua e tomamos a estrada para o Pinhão. Pelo caminho placas a indicar que por ali poderíamos ir a Tabuaço, S.João da Pesqueira e Armamar. É Tarde já e alguns destinos ficam adiados: na volta do Pinhão iremos a Armamar.
 
Subíamos a serra, já no regresso de terras de Alijó, e ficávamos " sem fôlego " perante tanta beleza que da encosta avistávamos!
Na freguesia, sede de município, uma construção medieval a obrigar uma paragem: é a igreja matriz, dedicada a São Miguel.
 
Perguntamos pela ermida de São Domingos:  fica no alto do monte que dali se avista. Mais, que não maior, porque " melhor é impossivel ", deslumbramento!
Pena a ermida, situada em lugar paradisíaco, se encontrar em obras, tendo em vista, talvez, próxima romaria, e totalmente escondida dos olhares curiosos por altos taipais. Havemos, se Deus quiser, de voltar!
Mas agora a noite aproxima-se já, e é tempo de regressar.