E o rapaz que não vinha!...
Cristina Ribeiro, 18.10.13
A mulher bem lançava os olhos ao caminho, e resmungava.
Havia já quase meia hora que o mandara por mor de meia broa... sim, que era dia em que a vendeira cozia, e o seu Manel não a dispensava na hora da sopa...
Ai dele, quando chegasse! Se a venda não ficava nem a cinco minutos de casa... Decerto algum ninho de pássaro, ou algum catraio a desafiá-lo para uma corrida até ao rio... E ia olhando o carreiro por onde viria o seu homem; devia estar a chegar... dianho de rapaz!...
Estava nisto, quando ouviu um assobio, vindo de lá das bandas da aldeia: - e ainda assobiava, o malandro...
Que estivera à espera que a dona Lucinda tirasse a broa do forno, pois que tivera de ir ao médico e se atrasara.
E já lá chegava o pai, de enxada ao ombro: vinha cheio de fome.