Regresso à serra, agora nas palavras do escritor, e encontro S. Bernardo de Claraval.
Cristina Ribeiro, 20.09.13
Desta feita é a visão da serra do Gerês, passava o Autor por Terras de Bouro, que inspira a Domingos M. da Silva esta « Apologia da Montanha »:
" A sua presença obriga a estacionar aqui, ao menos por uns momentos, na arrebatadora contemplação de uma das mais caprichosas formas e belezas da Terra.
O perfil gigantesco e bizarro da serra geresiana, sem parelha no sistema orográfico das montanhas peninsulares, deixa impressão indelével na alma do visitante. .............................................................................................................................................................................................................
É a montanha boa inspiradora e conselheira. Na profundeza dos vales isolados entre montanhas, à funda solidão a que voltava sempre que precisava de inspirar-se, saindo depois com o ânimo confortado e a vontade decidida para trovejar contra os desmandos da sua época, o abade insigne de Claraval, o intensificador da vida monástica, o que ditou as leis da cavalaria das cruzadas, o homem que recusou o supremo pontificado e foi mais glorioso na sua grande humildade e simplicidade, deveu o segredo da sua descomunal estatura moral ao retiro do mundo. Altíssimo monte de santidade, como lhe chama Frei Luís de Sousa na História de S. Domingos, também a estas longínquas paragens dos vales de Bouro, nas solidões do áspero Gerês, chegou o eco da sua incomparável actividade, quando o primeiro Afonso interveio na restauração do velho mosteiro das montanhas. "
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