E o comboio lá ia subindo, naquele ritmo quase dolente,
cortando a serra ladeada de vinhedos em socalcos que quase tocavam o céu, azul que ele estava naquele dia de Primavera. Saira da estação de Campanhã, aonde o pai a levara ainda a lua não dera lugar ao sol, e agora o sono que, por vezes, a mantinha de olhos fechados, apesar do sol bem alto já. Que não se deixasse dormir a pontos de passar pela estação onde o tio a esperava!, recomendara a mãe, quando dela se foi despedir. Pedira, por isso, ao revisor que a acordasse quando chegasse a Tormes, não fosse Morfeu, ou o pai deste, pregar-lhe a partida.
E nesses momentos em que o filho de Hipno a fazia cair nos seus braços era com Jacinto e José Fernandes que sonhava, eles que muito antes tinham feito aquela mesma viagem.
Desejou então que lá em casa dos tios houvesse um arroz de favas à sua espera...