Quis a Providência que, exactamente 232 anos depois
de, no Campo de S. Mamede, em Guimarães, se ter desenrolado a Batalha que abriria as portas ao nascimento de uma nova nação, viesse a nascer, provavelmente em Flor da Rosa, arredores do Crato ( dizem-no, outros nascido em Cernache de Bonjardim, Sertã ), aquele que, para mim, personifica, logo depois do nosso primeiro Rei, o mais alto grau de amor à Pátria.
Com efeito, se este, Príncipe ainda, começava ali um longo combate que culminou nessa tão sonhada independência, o testemunho, a manutenção desse sonho, dois séculos depois só não cairia em saco roto porque, à frente de outros patriotas surgiu a figura do Condestável.
Mas D. Nuno Álvares Pereira não se limitaria a ilustrar a história pátria com esta sua faceta guerreira e patriota. O alto exemplo que nos legou ficaria para sempre marcado pelo lado humano e caritativo que « Com a paz com Castela firmada a 31 de Outubro de 1411 » o permitiria « dedicar-se com maior intensidade às obras de misericórdia, criando casas de abrigo para doentes viúvas e orfãos. O seu amor ao próximo não conhecia raça ou crença, e assim acolheu nas suas terras, mouros e judeus, construindo Mesquitas e Sinagogas » ( « D. Nuno Álvares Pereira - Um Santo Para o Nosso Tempo »,in Boletim da Fundação D. Manuel II .