Fim de festa. Um novo ano que começa.
Na mesa expõem-se os despojos de quase duas semanas de hostilidades benfazejas. Alguns aviam já as malas para, logo de manhã- " Bem cedo. Temos de evitar as filas de carros " -, rumarem a outros sítios mais ou menos longínquos.
Entretanto, bebe-se até à última gota do cálice ainda entre nós, porque esse é um luxo que não podemos esbanjar.
As últimas gargalhadas, as últimas impressões, " até à próxima oportunidade ".
O chá de jasmim arremata o jantar em que as palavras ditas, e as que se adivinhavam, correram livremente, num leito sem fundo.
Aquecem-se as saudades que já se sentem.
Cada um de nós refugia-se no pensamento de que o reencontro será para breve.
E é então que me parece ouvir o eco da voz da Tia Doroteia: "Já te deitaste? Já dormes? ". Desligo o computador.