Dom Pedro II do Brasil e Camilo Castelo Branco.

Comecei por socorrer-me do arquivo do Combustões, pois que tinha uma vaga ideia de um post em que versa esta matéria. Depois de uma busca, encontrei-o:" O Brasil de D. Pedro II e o Brasil de Lula", de 4 de Outubro de 2006; - aí diz o Miguel ser aquele "Homem de grande dimensão moral e intelectual(...)que sempre viveu de forma discreta" tendo sido grande amigo de Portugal e das letras portuguesas", referindo as visitas do Imperador a Camilo Castelo Branco. Mas os dois homens terão, além disso, mantido uma correspondência regular, como me dei conta ao consultar, entre outros, o «Boletim da Casa de Camilo. Tê-lo-á visitado, também, na casa do escritor no Porto, na Rua de S. Lázaro, em 1872, quando este já se encontrava doente: "Tornou-se assunto de conversação a analyse de uns quadros que o senhor Camillo Castello Branco tinha na sala, mostrando o soberano vastos conhecimentos sobre pintura". Depois de o escritor ter oferecido a D. Pedro um quadro com os vinte e um primeiros reis portugueses, tendo-se ele" comprazido de possuir umas lembrança de Camillo (...), fallaram de literatura, tanto portuguesa como brasileira, matéria sobre a qual o monarcha discursou largamente, com perfeito conhecimento de causa". Finalmente, num dos volumes de "Dispersos de Camilo" , coligidos por Júlio Dias da Costa, encontrei uma carta dirigida a Tomás Ribeiro, na qual diz Camilo: "No « Livro de Consolação», pagina primeira, está impresso um documento que eu desejo fazer-te conhecido. É uma carta escripta a S. Magestade o Imperador do Brasil, dedicando-lhe affoitamente e audaciosamente, o meu livro. Essa carta manifesta o meu grande respeito e a minha profunda gratidão áquelle magnanimo homem, que não carecia de diadema para ser um dos mais veneraveis cultores das letras, e amigo dos operarios que vivem acorrentados á galé dos trabalhos do espírito, em que a alma, alando-se para altas regiões, vai deixando cahir em terra o corpo despedaçado».