Claro que acreditava, quando lhe dizia que depois da tempestade vem a bonança;
era certo que, depois daqueles dias todos de tormenta, o sol aí estava, para grande alegria do pai, sempre preocupado com as sementeiras, e com a poda que estava atrasada já.
Mas, se no exterior tudo amainara, o mesmo não podia dizer do que lhe consumia as entranhas: um desassossego, que as palavras do padre tinham tornado num tumulto do coração, quando falara em " lábios de mentira ".
Se ao menos a mãe estivesse viva...
Mas a vida chamava por ela. O estômago do pai não tinha de pagar por estas suas divagações: afinal ele lá estava no campo, desde que o sol aparecera, a medo ainda.