Cada vez mais iguais.
Não há partidos impolutos neste país, respondi a um comentarista.
Quando entrou em Portugal este sistema partidário, o meu pai disse que iria votar no " mal menor "; na altura achei que estava a exagerar, e quando chegou a minha vez de votar, votei nesse mesmo partido - o CDS - com convicção.
O tempo encarregou-se de esfriar essa convicção, que passou a ter altos e baixos - queria que o partido se definisse, contra ventos e marés; contra a ideologia dominante.
Há dias disse que me orgulhava de nele ter votado, por ter ido contra este PEC, manifestamente mau, onde se mantém a veia megalómana do engenheiro, à custa de sacrifícios impostos aos contribuintes. Hoje digo que tenho vergonha de ter votado no partido que viabilizou aquela coisa a que o Presidente da A.R. chamou o problema 300 do país. Sabemos que são muitos, mas que tal começar por um deles, seja o 300 ou o 400?
Gosto de repetir a frase de Marguerite Yourcenar «O Tempo Esse Grande Escultor », mas, além disso, ele é um grande desmistificador.