" Uma cidade da minha vida "
diz o Carlos.
Mil e um afazeres fazem com que só ontem à noite me desse conta do repto lançado.
Muitas, claro; Florença, uma delas. Um momento mágico leva-me a optar pela cidade do Arno: o dia tinha sido cansativo, a calcorrear algumas das pequenas povoações da Toscânia. Já anoitecia quando chegámos ao hotel e fomos comer a um daqueles restaurantezinhos que guardam o segredo de acolhimento tão familiar. Depois, de tão cansada, uma das irmãs optou por ir descansar para o Hotel. Estava uma daquelas noites quentes de Setembro. Com a outra irmã segui ao longo do rio, iluminado, e vimos a ponte Vecchio a fervilhar de pessoas que vinham das esplanadas da Praça Signoria, algumas ainda com o copo de cerveja na mão. Como se a torre de Babel nunca tivesse existido, todos falavam com todos. Era fim-de-semana, Sábado talvez, e a descontracção era palpável. Como testemunha, e cúmplice, uma lua bem cheia. Não olhámos o relógio - só fizemos o caminho de volta, quando o cansaço nos venceu.