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O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

“ Portugal forte como condição da Aliança Peninsular “

Cristina Ribeiro, 06.02.22

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Excelente intervenção de Pequito Rebelo nesta polémica, que começou quando se pôs em causa o patriotismo do grande ideólogo do Integralismo Lusitano, António Sardinha. Logo vieram a terreiro, para a defesa do autor da Aliança Peninsular vários contendores; mas d’entre todos destaco a lucidez, sensatez e perspicácia do autor da Pela Dedução à Monarquia. E com que autoridade intelectual desafrontou o seu Mestre e condiscípulo de tão descabida acusação!…

O Tempo, esse grande escultor....

Cristina Ribeiro, 20.02.21

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É o Inverno!.. Chove a cântaros, chove " que Deus a dá "..., e olho pela janela os campos tão verdes; flores, só as da magnólia, que ainda não é Primavera,...Mas gosto destes dias de chuva, tão propícios àqueles momentos de " peregrinação interior " e de incursões na memória, que sempre me trazem sorrisos , momentos felizes...Hoje, o coração a pedir-me um olhar mais demorado por aqueles sítios blogosféricos que tanta companhia me fizeram num passado não muito longínquo, mas já tão saudoso...Que tempos, meu Deus, que tempos!...

Viagens de Outono...

Cristina Ribeiro, 08.10.20

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Quando nos propusemos visitar o concelho de Vila Nova de Foz Côa estava já muito claro na minha cabeça a visita a Freixo de Numão, uma das suas freguesias: consulta prévia fizera-me saber haver lá um lindíssimo pelourinho, em que figurava o escudo de D. João V. Pouco mais sabia, mas como gosto muito desses símbolos da liberdade municipal, do municipalismo... Quando lá chegámos, tínhamos almoçado já na vizinha e arrebatadora freguesia de Numão, ao fim de muito caminho andado, num dia de Outono com muito sol, a primeira coisa que nos chamou a atenção foi um barroco edifício que, soubemos depois, tinha sido o solar setecentista da família Vasconcelos, Sousas e Moutinhos, hoje o museu arqueológico e etnográfico. Foi, aliás, a simpática e muito jovem funcionária do museu quem nos forneceu as indicações necessárias à visita da acolhedora freguesia: onde se localizava o pelourinho, a igreja, a Ex-Domus Municipalis, edifício barroco também ele do séc. XVIII , que foi Casa da Câmara até que o concelho foi extinto no ano de 1854, e nos informou da existência, a cerca de 5 quilómetros dali, de um grande complexo arqueológico - o Prazo -, onde fomos encontrar ruínas de diversas épocas, desde o Paleolítico até à Idade Média, com grandes e valiosos vestígios romanos, a fazer lembrar a, embora mais luxuosa, Conímbriga. Era Portugal que continuava a surpreender-nos!

Não tão conhecida como aquela Santa Marta que Pedro Homem de Melo imortalizou,

Cristina Ribeiro, 01.08.19

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é aqui que tem lugar a romaria onde vêm muitos dos emigrantes da região, chegados das Estranjas cheios de saudades destas terras que eram outras, pitorescas ainda, quando daqui foram nos anos sessenta. Nunca foi, não é ainda, uma festa igual a muitas outras que foram evoluindo quase para um parque de diversões, com corrosséis, rodas gigantes ou montanhas russas: aqui a romaria é feita de concertinas, cavaquinhos e cantares ao desafio.
Não faltam, no entanto, à sombra dos muitos carvalhos e sobreiros, que proliferam nesta Falperra, as tendas de comes e bebes, onde o calor faz do vinho verde carrascão, bebido nas grosseiras malgas, quando não pela própria caneca, a coisa por todos mais procurada.
As regueifas pendem dos braços femininos, quais pulseiras gigantescas, à espera da fome que há-de chegar.
Um dos poucos lugares onde a mão do homem não chegou ainda, com intenções depradadoras, aqui, nesta capela, junto à da irmã, Santa Madalena, casou, num lindo dia de Junho, com o carvalhal no auge do muito que de belo tem, uma irmã. Em Santa Marta do Leão - muito perto correm as afamadas águas frescas da fonte com esse nome -. Mas é no dia 29 de Julho que a Santa é festejada.

 

 

 

 

" Em busca do Bem perdido "

Cristina Ribeiro, 09.10.18

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Escritores há, e deles alguns livros, que valem bem sigamos aquela máxima de Nelson Rodrigues "Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre ". Assim é para mim, quase na mesma medida que Camilo, Tomaz de Figueiredo, e assim são alguns dos livros que dele já li. Como o Dicionário Falado, aquele em que nos fala dos Franciscos Gomes que lhe ensinaram muito do que sabia. De cada vez - e já foram algumas - que a ele volto, dou com entrelinhas em que não tinha reparado, tão rica é a escrita Tomaziana.
Agora mesmo, atrás de uma pesquisa por ela sugerida, dou com um sítio na Internet, novo para mim, deveras interessante, que me leva a devassar correspondência vária ou a revistar Bravães, onde já fui num Outono como o d'hoje, que tão bem diz com as palavras e sentir do homem que muito amou o seu pátrio Minho...

Sim, ainda as há...

Cristina Ribeiro, 16.08.18

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 " Depois de [ D. António da Costa ] no-la descrever nas suas festas, nas feiras, nas esfolhadas, cantando ao desafio, ataviada com todas as riquezas de os seus ouros e todo o pittoresco dos seus trajes, passa a estudá-la na sua " utilidade ". Porque, diz, « n'esta província do Minho, ao contrario do que em toda a parte succede, a mulher é que toma verdadeiramente o logar do homem. »
No Minho poderá ainda o trabalho das artes e officios pertencer ao homem. Os campos pertencem à mulher.
Os homens lá emigram para o Brasil, Alentejo, Porto, Lisboa; à minhota, quase exclusivamente, é que está incumbido o trabalho da provincia...As proprias crianças são já criadas desde a mais tenra idade para a lida ...Assim é que se vae educando aquella incomparavel mulher do nosso Minho.
Alem de commover o espectaculo de a vermos nos campos, não commove menos o encontrá-la pelas estradas, duplicando a sua actividade e o seu ganho, pois que sendo já um trabalho a condução dos carros, a transportação dos instrumentos agrarios, a carregação à cabeça de fardos pesadissimos, vae conjuntamente fiando ou cosendo para não perder o tempo...
Não menos impressiona o vê-las nos mercados, todas senhoras da sua missão, activas, conversando com seriedade e acerto, como quem possue o conhecimento da vida e a experiencia dos negocios... "
António Arroyo, « Notas sobre Portugal »

 

Ainda as há; agora já não tantas como no tempo de D. António da Costa, mas onde quer que haja campos de cultivo, lá estão mulheres no amanho da terra. Há dias, era vê-las, nos campos de Castro Laboreiro, algumas debruçadas sobre a terra em pleno labor, enquanto outras faziam uma pausa nele para limpar o suor que lhes corria da testa, com a sachola ao ombro, para logo recomeçar a jorna.

 

 

 

 

 

" O Rapto da Europa"

Cristina Ribeiro, 28.06.18

                                   

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Dele lera, há já um par de anos, algumas páginas, mas a urgência de outras leituras determinou o seu abandono; até hoje. 

Quando chego ao capítulo ' Constantinopla 1921 ' vem à memória aquele delicioso  pedaço de prosa blogosférica, oferecido pelo sempre saudoso Je Maintiendrai.

Foi também a ocasião de rever outros amigos, com quem tanto aprendi...