Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

O Tempo Esse Grande Escultor

Um arquivo dos postais que vou deixando no Estado Sentido, mas também um sítio onde escrever outras coisas minhas..Sem Sitemeter, porque pretende ser apenas um Diário, um registo de pequenas memórias...

Homenagem a António Manuel Couto Viana

Cristina Ribeiro, 08.07.10

CD34DC71-5E84-48E9-9F35-F1A0C2527ED1-4644-00000540

 1923-2010

 

Sobre o homem que foi António Manuel Couto Viana, não resisto a contar da impressão que me deixou na escassa pouco mais de meia hora que com ele contactei: tinha vindo a Guimarães fazer uma conferência sobre Alfredo Pimenta. Entre  os que o acompanhavam estava o jornalista António Valdemar, o qual, desprezando as grandes diferenças ideológicas, é amigo do meu pai. Também o foi  -muito, pelo que me foi dado assistir, de Couto Viana: este, sofrendo já muito dos pés, era no jornalista que se amparava -; daí que tivesse trazido o poeta cá a casa, à biblioteca paterna.

Tive o privilégio de com ele conversar um bocado, mas o bastante para sentir que tinha pela frente um  senhor de grande cultura, mas, acima de tudo um homem bom

Descanse em paz.

É um lugar lindo. Calcorreei-o muitas vezes,

Cristina Ribeiro, 04.07.10

 

 

quando, quase todos os Domingos, subia, com irmãos e amigos, o monte do Sameiro.

Há alguns anos " plantaram ", num atentado sem nome, fora de todos os cânones estéticos, agredindo o que de pitoresco ele guardava, uma casa sem o mínimo das características que foram as nossas, e que -Haja Deus! -aqui e ali se vão recuperando. E pintaram-na de uma cor que parecia improvável.

E nem os muitos malmequeres, jarros ou lírios escondem o mal que ali fizeram nascer.

A idade da inocência já se foi...

Cristina Ribeiro, 04.07.10

Dói dizer isto, mas do país já nada espero:

- enquanto os portugueses, vítimas de uma lavagem ao cérebro, que dura já há 36 anos, continuarem a votar nas eternas ramificações de um sistema partidário que, com êxito, se tem empenhado em submergir a nação que tanto custou a levantar aos nossos antepassados - é que o emaranhado entre os vários ramos desse sistema é tal, que, no fim tudo se confunde -, e pensar que não aparece alternativa sem os defeitos enraízados: ou porque uns são a tal ponto extremistas que tememos neles confiar, ou porque o TC não dá hipótese a que julguemos outros projectos.

 

- enquanto tivermos um Chefe de Estado cujas viagens não visem apenas o benefício da nação

« O inglês que amava Portugal »,

Cristina Ribeiro, 03.07.10

 

Hoje, 27 de Maio de 2009, James Forrester, faria 200 anos.

 

E lembrá-lo é lembrar os riquíssimos momentos passados nessa região onde a prodigalidade da Natureza é tanta que ninguém lhe fica indiferente.

É lembrar os dias - quase sempre de Outono - em que saíamos da Pousada que lhe herdou o nome, de manhã bem cedo, para aí regressarmos só à noite, sempre cansados mas sempre felizes pelo que nos tinha sido dado ver, num crescendo em que se tornava cada vez mais notória  a ligação daquela terra ao rio, que é afinal a fonte de deslumbramento maior.

Mas ler este texto de Manuel Carvalho não traz só lembranças; significa o conhecer uma vida tão cheia de um homem que podia escolher um outro qualquer lugar do mundo para viver, mas se deixou enredar pelo fascínio que ainda hoje sentimos quando lá vamos.

Terá sido o negócio vinhateiro, desse néctar tão apreciado na terra natal, que o fez aí fixar-se, mas não terá demorado muito até que o Douro se tornasse " a paixão que mais energia lhe consumi( u ) ", a partir do momento em que se predispôs a estudá-lo minuciosamente, calcorreando, por isso, toda aquela região, amando o rio que havia de o guardar para sempre.